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Imóveis

Vendas do setor imobiliário crescem 15,8% no 1º trimestre de 2024 em Goiânia

Valor movimentado bateu R$ 1,3 bilhão | 11.06.24 - 11:44 Vendas do setor imobiliário crescem 15,8% no 1º trimestre de 2024 em Goiânia Goiânia (Foto: reprodução)José Abrão
 
Goiânia – O mercado imobiliário de Goiânia continua aquecido, segundo dados de pesquisa da Brain Inteligência Estratégica referentes ao primeiro trimestre de 2024 e divulgados pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO) nesta terça-feira (11/6). As vendas do setor bateram R$ 1,3 bilhão no período, um crescimento de 15,8% em relação ao primeiro trimestre de 2023.
 
Vale lembrar que Goiânia fechou 2023 como o terceiro maior mercado imobiliário do país, batendo R$ 6 bilhões em vendas. Neste primeiro trimestre, houve uma valorização de 5% no valor dos imóveis em relação ao primeiro trimestre do ano passado. 2022 terminou com uma valorização de 23% e 2023, segundo levantamento, com aumento de 18%. A previsão é que 2024 siga o mesmo caminho, com uma média próxima a 20%.
 
O presidente da Ademi-GO, Felipe Mellazzo, afirma que o cenário positivo e em alta na capital goiana é resultado “de uma série de fatores".  Entre os pontos citados, Mellazzo destaca que o PIB do Estado de Goiás é o dobro do Brasil. "Temos tido avanços em segurança pública, investimento em infraestrutura, empresários estão trazendo seus negócios para cá, acreditando no potencial econômico do Estado. O agro, os serviços, os melhores hospitais, as melhores escolas. Tudo isso forma uma conjuntura de fatores [ideal] para poder impulsionar o mercado de Goiânia”, avalia.
 
No primeiro trimestre de 2024 foram lançadas 1.124 unidades imobiliárias na capital goiana, totalizando um volume de R$ 1,1 bilhão em imóveis. E foram vendidas 1.923 unidades, totalizando R$ 1,3 bilhões. Ou seja, as vendas superaram o volume de lançamentos, reduzindo o total de imóveis disponíveis para venda. A oferta existente no final de 2023 era de 11.564 unidades, número que caiu para 10.765 ao final do primeiro trimestre de 2024.
 
Metro quadrado
O preço médio por metro quadrado em Goiânia está em R$ 8.368. Nos quatro bairros com maior demanda na capital (Setor Bueno, Setor Marista, Setor Oeste e Jardim Goiás), a média por metro quadrado supera os R$ 10 mil.
 
Os imóveis com maior demanda, segundo o presidente do conselho da Ademi-GO, Fernando Razuk, são aqueles de alto padrão de frente para áreas verdes. “Com eles, você tem mais privacidade, uma vista privilegiada, mais qualidade de vida, de lazer, de exercício físico. Esses terrenos de frente para parque e praça são finitos. Estão ficando cada dias mais escassos”, aponta. Por isso, “são os empreendimentos mais valorizados na cidade hoje. Foi lançado recentemente um empreendimento com um apartamento por andar de frente para um parque a R$ 17,5 mil o metro quadrado, e ele foi todo vendido”, exemplifica.

Credson Batista, diretor de pesquisas; Felipe Mellazzo, presidente da Ademi-GO; e Fernando Razuk, presidente do conselho da Ademi-GO (Foto: José Abrão/A Redação)
 
Valorização
Segundo a pesquisa divulgada nesta terça (11/6), Goiânia possui atualmente 157 canteiros de obras, sem dar sinais de desaceleração, mesmo com a taxa básica de juros ainda alta. Razuk explica que alguns fatores contribuíram e vão seguir contribuindo para o aumento dos preços dos imóveis. Entre eles está a escassez de mão-de-obra especializada e o aumento do custo dos materiais de construção. Ambos são repassados para o preço final do imóvel.
 
Além disso, o novo Plano Diretor de Goiânia prevê uma restrição no adensamento das construções, o que significa que os prédios terão menos apartamentos: logo, menos unidades para dividir os custos.
 
“Nós estamos otimistas com o mercado. Com a queda da taxa de juros, isso acaba aquecendo o mercado. Com o mercado aquecido e a queda da oferta de apartamentos à venda, isso tende a ter um aumento de preços”, comenta Razuk.
 
Minha Casa, Minha Vida
Uma surpresa é que os números já apontaram um aumento das vendas de unidades que se enquadram no programa Minha Casa, Minha Vida. Em 2022 e 2023, elas não representavam nem 10% das vendas, mas agora já compõem 24% das vendas.
 
Para além da expansão do programa, que aumentou suas faixas de subsídios, a queda na taxa de juros também influencia com “um aumento de demanda, porque mais pessoas passam a ter capacidade de comprar imóvel. Então, sempre que os juros caem, o mercado já aquece. E os juros vão cair numa velocidade menor do que a gente imaginava no começo do ano, mas com certeza vão estar no menor patamar dos últimos dois, três anos”, aponta Razuk.
 
Outro fator importante é que há expectativa de ser sancionada em breve pelo prefeito Rogério Cruz a Lei de Habitação de Interesse Social (HIS), que vai permitir a retomada de construções voltadas para a classe média pelas incorporadoras. “É onde está a grande demanda. É onde tem o que a gente chama de déficit habitacional, onde as pessoas não conseguem comprar imóveis. Goiânia nunca tinha tido uma lei específica para isso. A gente imagina que essa lei sancionada vai abrir a possibilidade para muitas pessoas comprarem imóveis”, finaliza o presidente do conselho.
 
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